Em 2020 o Pantanal sofreu com a pior série de queimadas de sua história, pegando a todos de surpresa. Em um cenário em que as instituições públicas não estavam preparadas para lidar com a magnitude do problema, as organizações da sociedade civil ocuparam um papel central para evitar uma tragédia ainda maior. Hoje, estas organizações estão ainda mais preparadas e fortalecidas para lidar com os desafios das queimadas, e são atores fundamentais no enfrentamento da nova crise que se instalou em 2024.
O Greenpeace Brasil atua pela proteção da Amazônia desde sua fundação, investigando e denunciando o avanço do desmatamento no bioma, e confrontando empresas e governos por mudanças na proteção da floresta e seus povos. Mas as injustiças socioambientais e seus impactos não respeitam fronteiras. Então como chamar atenção da sociedade para um problema que não vivemos?
Foi a partir desse questionamento que decidimos nos unir em solidariedade às organizações que atuam tradicionalmente no bioma em 2020 e novamente em 2024, pois é de extrema importância que as organizações atuem em rede, com suas expertises complementares, para que consigamos avançar coletivamente em objetivos em comum.
Em 2020, pudemos conhecer de perto o trabalho da SOS Pantanal, que atua pela proteção do bioma e mantém as Brigadas Pantaneiras, que fazem o combate ao fogo e o trabalho de prevenção ao longo de todo o ano. Este ano, conhecemos o trabalho do Instituto Homem Pantaneiro, organização que atua na região da Serra do Amolar, e mantém projetos de proteção e de valorização da cultura local, além de outra brigada de combate e prevenção a incêndios, ambas no Mato Grosso do Sul.
Com uma linha de atuação parecida, o Instituto Centro e Vida (ICV) luta pela proteção do meio ambiente e a promoção de modelos mais sustentáveis no Pantanal e Cerrado do Mato Grosso. A organização também realiza a capacitação de brigadistas no estado.
Mas o enfrentamento das queimadas no Pantanal não se faz apenas com a prevenção e o combate às chamas. Há também que lidar com os impactos sobre a fauna pujante na região, e existem organizações extremamente dedicadas a este trabalho, como o Instituto Arara Azul e o Instituto Tamanduá, que se ocupam de reabilitar, reintroduzir e proteger estas espécies no Pantanal.
E da crescente necessidade que surge de uma tragédia, novos arranjos e cooperações puderam florescer, como é o caso do Grupo de Resgate Técnico de Animais do Estado MS (GRETAP), que reuniu órgãos do governo, instituições de ensino e ONGs pela missão de resgatar e recuperar animais silvestres das queimadas. Médicos veterinários, biólogos e técnicos de diversas organizações atuam voluntariamente nesta rede, que, graças a sua união, conseguem atender ocorrências em quase todo o estado.
Dizem que uma andorinha sozinha não faz verão, e isso se aplica à resposta que damos às crises e tragédias que se apresentam pelo caminho, como os incêndios florestais que vivenciamos em 2024. Sem o trabalho das ONGs, seja no Pantanal ou em qualquer outro lugar que a urgência exija ação, nenhum governo seria capaz de combater as queimadas sozinho.
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