A força transformadora das ONGS no Brasil

por Por Vivian Fasca
Membro do Comitê Gestor da Sociedade Viva e do Comitê Coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação, onde atua também como Líder do Mandato de Mobilização de Recursos.

Quantas vezes paramos para pensar no verdadeiro motor das transformações sociais e da preservação ambiental em nosso país? Por trás de muitas conquistas históricas, existe uma força muitas vezes desconhecida que trabalha incansavelmente todos os dias para modificar realidades no país, garantir direitos fundamentais para a população e prestar assistência em momentos críticos. Seu compromisso é o de construir um Brasil melhor para todas as pessoas, fortalecendo a nossa democracia.

As ONGs (Organizações Não Governamentais) representam esta força e desempenham um papel significativo na sociedade brasileira, contribuindo para promover transformações que geram impacto positivo para o país e para as pessoas. Tal contribuição pode ser observada tanto na promoção do bem-estar social e na defesa de direitos humanos, quanto na defesa e proteção ambiental, na promoção do acesso à saúde e à educação e até mesmo no fornecimento de condições de moradia adequadas para parcelas da população em situação de vulnerabilidade.

Mas nem todos têm ciência da atuação das ONGs e sua contribuição para o Brasil e sua população. De acordo com o IPEA, existem atualmente mais de 800 mil organizações ou entidades atuando no território brasileiro, desde organizações comunitárias bem pequenas até grandes organizações internacionais que também operam em nosso país.

Além disso, os dados mostram que as organizações não se concentram só nas capitais. Apenas uma em cada quatro está localizada nos centros urbanos. Existem ONGs em praticamente todas as cidades brasileiras. Elas são parte integrante da nossa comunidade e têm um impacto tangível na vida das pessoas.

Engajar-se com essas organizações, seja por meio de doações, voluntariado ou simplesmente pelo reconhecimento de seu trabalho e das causas que defendem é uma maneira de fortalecer a sociedade civil e promover o bem comum. ONGs atuam para fortalecer os valores democráticos, trabalham para que haja respeito às diferenças, defendem aqueles em situação de vulnerabilidade, combatendo o preconceito, prevenindo a violência e amplificando as vozes das comunidades.

No Brasil, as ONGs têm uma atuação muito ampla: desde fornecer ajuda direta à população com fome, atuar na proteção ambiental dos ecossistemas brasileiros, prestar serviços de educação e saúde, até conduzir pesquisas que levam a soluções inovadoras para desafios sociais. Algumas agem em emergências, salvando vidas, enquanto outras melhoram as condições de vida, construindo habitações e implantando sistemas de captação de água da chuva.

Muitas dessas organizações são criadas por lideranças comunitárias e atuam nas periferias brasileiras com um profundo entendimento das suas realidades, experimentando e implementando abordagens criativas, encontrando soluções inovadoras para problemas urgentes. Vimos isso acontecer durante o período da pandemia da Covid-19, por exemplo, que contou com uma atuação intensa e ágil da sociedade civil, que contribuiu para minimizar o impacto da maior crise sanitária que vivemos nesta geração.

Por outro lado, a grande maioria das ONGs se financia com doações de pessoas físicas e parcerias com o setor privado. De acordo com o IBGE, apenas 17% recebem recursos públicos por meio de editais e parcerias, obedecendo todos os trâmites da legislação brasileira. Somado a isso tudo, a independência das ONGs permite que sejam vozes críticas e objetivas em questões de interesse público, chamando a atenção para os principais problemas do país.

Para dar mais visibilidade e conhecimento sobre as ONGs no Brasil, um conjunto de organizações do terceiro setor se uniu recentemente para criar a Sociedade Viva, uma iniciativa voltada para divulgar informações sobre a atuação e o impacto das ONGs no nosso país.

São elas: ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), ABONG (Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais), GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), Plataforma MROSC (Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil), Observatório do Terceiro Setor e Movimento por uma Cultura de Doação.

Estimular o reconhecimento do valor das ONGs no Brasil é um exercício de cidadania. Depende de cada um de nós, conhecer, valorizar, se engajar e participar de forma ativa para que as ONGs no país possam ter cada vez mais impacto.

Uma sociedade viva equivale a uma sociedade civil brasileira vibrante, atuante e que obtém cada vez mais conquistas para alcançarmos um Brasil mais justo, democrático, equitativo e sustentável.

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